Gil Hernández chega aos palcos com “Boy”

Em cena, o ator vive um garoto de programa gay, na Era Collor e em plena epidemia da AIDS no Brasil. O texto é assinado por Rogério Corrêa e a direção é de Isaac Bernat

Da telinha para os palcos. Após se destacar como o personal trainer Rafa, da novela das sete da Globo “Volta por cima”, que saiu do ar recentemente, Gil Hernández estreia o monólogo “Boy”, no Teatro Café Pequeno, no Leblon, bairro da Zona Sul do Rio. Em cena, o ator vive um garoto de programa e encara o desafio de fazer o seu primeiro solo.  “Ele é um garoto que, como muitos outros, se descobre homossexual e teve que sobreviver. Tendo uma realidade muito hostil já dentro de casa. Esse cara é extremamente corajoso, libertário, que, apesar de tudo que aconteceu na vida dele, lutou, e não abriu mão de ser ele mesmo. Eu tenho muita admiração por ele. É um espetáculo que celebra o amor e a vida”, diz Gil, feliz em comemorar 28 anos de carreira com essa temporada. “Eu já estava pensando em fazer um monólogo para celebrar quando fui atravessado por esse convite do Isaac Bernat, o diretor, com esse texto LGBTQIAPN+, que eu achei fantástico pela forma despudorada e também por uma questão política, histórica, sabe? Porque é tipo uma aula de história. Quem não viveu a época, vai entender, e quem viveu se reconhece absolutamente. E é uma peça pra cima, o Fernando é divertido”, garante. De autoria de Rogério Corrêa, o espetáculo ficará em cartaz às sextas-feiras e aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 19h, somente até o dia 27 de julho.

‘Fiquei bastante desafiado a viver esse personagem despudoradamente’, diz Gil.

A peça “ Boy” apresenta a história de um garoto de programa que viveu no Rio de Janeiro durante os anos do Governo Collor (1990-1992). Em 2022, no aniversário de 30 anos do impeachment do ex-presidente, ele está no bar da sua sauna gay e relembra como aqueles anos impactaram a sua vida. O protagonista retrata uma época de mudanças para o país: a epidemia da AIDS, o fim da ditadura e o começo da nova república. Essa trama tocou muito Gil e foi determinante para aceitar o papel. “Sempre me incomodou a homofobia, essa coisa depreciativa, babaca mesmo, da nossa sociedade, de muitos homens que chamo de heterotóxicos. Eu fiquei bastante desafiado como homem heterossexual a viver esse personagem despudoradamente e a fazer uma defesa humana, sabe? É inacreditável, no século 21, a gente ainda estar discutindo isso”, enfatiza ele, que apresentou a peça em boates de São Paulo, em 2022, e foi muito elogiado pelo público. Essa será a primeira vez que irá encenar a produção num teatro. 

SERVIÇO : BOY

Teatro Municipal Café Pequeno – Avenida Ataulfo de Paiva 269, Leblon. Sexta-feira e sábado, às 20h. Domingo, às 19h. Ingresso: R$ 60. Duração: 50 minutos. Classificação: 18 anos. Temporada até o dia 27 de julho.
Link de vendas:

https://ingressosriocultura.com.br/riocultura/events/46332?sessionView=LIST

FICHA TÉCNICA
Atuação: Gil Hernández
Texto: Rogério Corrêa
Direção: Isaac Bernat
Direção Musical: Charles Kanh
Luz: Paulo Denizot
Cenário: Rostand Albuquerque
Assessoria de Imprensa: Valéria Souza
Programação Visual: Ludimila Valente

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