Jerry Adriani 2016 : 50 anos de carreira !
O Theatro Net Rio apresenta, dia 22 de fevereiro às 21h, o ícone da Jovem Guarda, Jerry Adriani, no show “Jerry Adriani 2016”.
E para falar sobre sua trajetória, nada melhor que o próprio Jerry :
Comecei minha trajetória artística em 1964. Cheguei ao Rio de Janeiro em junho, dois meses após o início da Ditadura Militar, para gravar o meu primeiro LP “O Italianíssimo”, que era uma coletânea de sucessos de música italiana. Havia na época uma efervescência musical no mundo inteiro. O mundo estava sob os efeitos da “beatlemania”. O sucesso do quarteto britânico revolucionou o planeta. O comportamento dos jovens também modificava, com as passeatas no Brasil e no mundo, os beatniks, o próprio ar que se respirava exalava “mudança”.
Foi em meio a isso tudo que nasceria esse movimento musical que no início, sem planejamento, era um derivado do Rock’nRoll dos anos 50, de Elvis, Chuck Barry, Bill Halley and His Comets, Little Richardse no Brasil, com nomes como Cely e Tony Campelo, Sergio Murilo, Ronnie Cord, Demétrius, Carlos Gonzaga, The Jordans,The Jet Blacks etc. Depois com o descomunal sucesso dos Beatles e das bandas como Rolling Stones, Herman Hermits e outras tantas com sua música reverberando ao som das guitarras, os cabelos longos, e os gritos de YeahYeahYeah, e o futuro movimento porque até aí a gente não se dava conta da dimensão do que estava acontecendo. Acabou sendo chamado por todos de a “turma do IêIêIê”. Foi esse o nome inicial desse gênero musical que a gente fazia. Eu imediatamente, levado pela onda de sucesso que vinha como um tsunami do qual eu não poderia ficar de fora, migrei da música italiana para o tal de IêIêIê.
Com o gigantesco sucesso de um programa chamado “Jovem Guarda” que foi lançado em 1965, que literalmente tornou-se não simplesmente um sucesso na TV, apresentado por Roberto e Erasmo Carlos e Wanderléa, foi algo que assumiu proporções absolutamente imprevisíveis. Logo, o movimento tinha um nome, homônimo do programa… Como em tudo que cresce demais, houve dissidências e eu fiz parte de um desses grupos dissidentes da JG. Fui apresentar em parceria com Luiz Aguiar um programa na TV Excelsior que fez sucesso.
Fiz filmes, centenas de shows, e participei de outros programas de TV. Todos os mais importantes da época, os fã clubes se espalhavam por todo o Brasil, e eu, leia-se nós, os que estávamos na crista do movimento. As roupas dos jovens nessa ocasião, tinham como modelo o que o pessoal da JG vestia. Foi algo realmente muito forte que influenciou o comportamento em todo o Brasil, não só nas roupas mas na maneira de falar, de agir…
Como nada é perfeito, recebíamos críticas dos politizados pois, nossa música não falava contra a ditadura, não tratava de política e havia um patrulhamento ideológico muito forte. Os que se insurgiram contra nós (chegando a fazer inclusive passeata contra guitarras) tiveram que assistir à longa vida desse pessoal, que até hoje tem na admiração de muitos daquela geração o escopo para seguirem com suas carreiras. Muitos diziam que a gente não duraria um ano. Como se vê equivocaram-se… A JG influenciou outros movimentos de música como a própria Tropicália, e gêneros como o Rock nacional, a música romântica etc. Chegamos graças à Deus à meio século de existência, graças ao público fiel e à pessoas da imprensa, dos veículos de comunicação que ainda continuam abrindo espaço para nós. ”Ave Jovem Guarda… A Brasa não se apagou”.
SERVIÇO:
“Jerry Adriani 2016”
Theatro Net Rio – Sala Tereza Rachel. Rua Siqueira Campos, 143 – Sobreloja – Copacabana. (Shopping Cidade Copacabana).
Ingresso: R$ 110,00 (plateia e frisa) R$ 80,00 (balcão)
Direito à meia entrada: Menor ou igual à 21 anos, idosos com 60 anos ou mais, professor da rede pública, estudante, cliente Net (4 ingressos), cliente O Globo (2 ingressos), classe artística com DRT (1 ingresso), cliente Mais Pão de Açúcar, revista Básica (2 ingressos)