Musical ‘Elza’ celebra prêmios com nova temporada no Imperator

Foto: Leo Aversa 

A trajetória de Elza Soares é sinônimo de resistência e reinvenção. As múltiplas facetas apresentadas ao longo de sua majestosa carreira foram o ponto de partida para o musical “Elza”, que estreou em julho no Rio de Janeiro, passou por outras capitais e fará nova temporada na capital fluminense, no Imperator, após imenso sucesso popular e a aprovação irrestrita da homenageada. De 31 de janeiro a 24 de fevereiro, Larissa Luz, convidada para a montagem, e outras seis atrizes selecionadas em uma bateria de testes (Janamô, Júlia Tizumba, Késia Estácio, Khrystal, Laís Lacorte e Verônica Bonfim) sobem ao palco para celebrar o trabalho, as seis indicações ao Prêmio Cesgranrio, a indicação ao Prêmio Shell de Melhor Música, os quatro troféus do Prêmio Reverência recém-conquistados (Melhor Espetáculo, Melhor Direção, Melhor Autor e Categoria Especial) e o Prêmio da APCA de Melhor Dramaturgia. 

Em cena, as atrizes se dividem ao viver Elza Soares em suas mais diversas fases e interpretam outros personagens, como os familiares e amigos da cantora, além de personalidades marcantes, como Ary Barroso (1903-1964), apresentador do programa onde se apresentou pela primeira vez, e Garrincha (1933-1983), que protagonizou com ela um notório relacionamento. 

Com texto inédito de Vinícius Calderoni e direção de Duda Maia, o espetáculo tem a direção musical dePedro Luís, Larissa Luz e Antônia Adnet. Além disso, o maestro Letieres Leite, da Orquestra Rumpilezz, foi o responsável pelos novos arranjos para clássicos do repertório da cantora, tais comoLamaO Meu GuriA Carne e Se Acaso Você Chegasse. O projeto foi idealizado por Andrea Alves, da Sarau Agência, a partir de um convite da própria Elza e de seus produtores Juliano Almeida e Pedro Loureiro.

Ainda que muitos dos conhecidos episódios da vida da homenageada estejam no palco, a estrutura de Elza foge do formato convencional das biografias musicais. Se os personagens podem ser vividos por várias atrizes ao mesmo tempo, a estrutura do texto também não é necessariamente cronológica. Da mesma forma que músicas recentes (A Mulher do Fim do Mundo, a emblemática A Carne e Maria da Vila Matilde) se embaralham aos sucessos das mais de seis décadas de carreira da cantora, como Se Acaso Você ChegasseLamaMalandroLata D’Água e Cadeira Vazia.

 Marcada por uma série de tragédias pessoais – a morte dos filhos e de Garrincha, a violência doméstica e a intolerância –, a jornada de Elza é contada com alegria.

A Elza me disse: ‘sou muito alegre, viva, debochada. Não vai me fazer um musical triste, tem que ter alegria’. Isso foi ótimo, achei importante fazer o espetáculo a partir deste encontro, pois assim me deu base para saber como Elza se via e como ela gostaria de ser retratada”, conta Vinicius Calderoni, que leu e assistiu a infindáveis entrevistas que a cantora deu ao longo da vida e também pesquisou a obra de pensadoras negras, como Angela Davis e Conceição Evaristo, cujos fragmentos de textos aparecem na peça.

O espetáculo foi desenvolvido ao longo de um período em que Elza se encontra no auge de uma carreira marcada por reviravoltas e renascimentos. Ao lançar seus últimos dois discos, A Mulher do Fim do Mundo(2015) e Deus é Mulher (2018), a cantora não somente ampliou ainda mais seu repertório e sua base de fãs, como conquistou, mais uma vez, a crítica internacional, e se consolidou como uma das principais vozes da mulher negra brasileira. 

Vinícius Calderoni, autor do texto, chama a atenção para a coletividade presente em todo o processo de criação da montagem. Após ter escrito as primeiras páginas, ele começou a frequentar os ensaios e estabeleceu um rico intercâmbio com Duda Maia e as sete atrizes. ‘Hoje poderia dizer que elas são coautoras e colaboradoras do texto. São sete atrizes negras e múltiplas, como a Elza é. Diante da responsabilidade enorme, eu estabeleci limites de fala para mim, por exemplo, em relação a alguns temas. Limitei a minha voz e disse que não escreveria nada, queria os relatos delas e as opiniões. Pedi a colaboração delas, das experiências vividas por uma mulher negra. Do mesmo jeito que a Duda propôs muitas coisas, as atrizes também tiveram este espaço’, conta o dramaturgo. 

Tal processo colaborativo se estendeu para a música, com a participação ativa das atrizes e das musicistas nos ensaios com os diretores musicais, e o maestro Letieres Leite, que liderou algumas oficinas com o grupo no período dos ensaios. O processo gerou ainda duas canções inéditas que estão na peça: Ogum, de Pedro Luís, e Rap da Vila Vintém, de Larissa Luz. Se a escolha de Pedro Luís para a função foi referendada pela própria Elza – que gravou e escolheu um verso do compositor para nomear seu último disco –, Larissa Luz já estava envolvida com o projeto desde o seu embrião.

SERVIÇO

Temporada de 31 de janeiro a 24 de fevereiro

Quintas, sextas e sábados, às 20h. Domingos, às 19h. 
Ingressos a R$ 70 / R$ 35 (meia-entrada) 

Imperator – Centro Cultural João Nogueira (Teatro)
Rua Dias da Cruz, 170 – Méier/RJ

Local de venda: Bilheteria do Centro Cultural: Terças e quartas: De 13h às 20h30. Quintas, sextas e sábados: De 13h às 21h30. Domingos: De 13h às 19h30.

Vendas pela internet:  ingressorapido.com.br  

Informações: (21) 2597-3897 (das 9h às 12h/13h às 18h). Exceto Feriados. 

Classificação etária: 14 anos.
Duração: 120 minutos.

FICHA TÉCNICA

Elenco: Janamô, Júlia Tizumba, Késia Estácio, Khrystal, Laís Lacôrte, Verônica Bonfim e a atriz convidada Larissa Luz. 

Musicistas: Aline Colombani (violões e cavaquinho) , Georgia Camara (bateria e percussão), Guta Menezes (trompete, flugelhorn e gaita), Marfa Kourakina (baixo), Neila Kadhí (programações, pandeiro e guitarra) e Priscilla Azevedo (teclado, sanfona e escaleta). 

Direção: Duda Maia

Texto: Vinícius Calderoni

Direção Musical: Pedro Luís, Larissa Luz e Antônia Adnet

Arranjos: Letieres Leite

Idealização e Direção de Produção: Andréa Alves 

Cenário: André Cortez

Figurinos: Kika Lopes e Rocio Moure

Iluminação: Renato Machado

Visagismo: Uirandê de Holanda

Design de Som: Gabriel D’Angelo

Design de som associado: André Breda, Bruno Pinho e Rodrigo Oliveira 

Diretora Assistente: Letícia Medella

Colaboração Dramatúrgica: Larissa Luz, Janamô, Júlia Dias, Késia Estácio, Khrystal, Laís Lacôrte e Verônica Bonfim

Arranjos vocais e programações: Larissa Luz

Cenógrafa assistente: Tuca Benvenutti

Assistente de iluminação: Maurício Fuziyama

PRODUÇÃO

Coordenação de Produção: Leila Maria Moreno

Produção Executiva: Rafael Lydio

Assistente de produção: Priscila Cardoso, Laura Picorelli e César Augusto

 

COMUNICAÇÃO

Assessoria de imprensa: Factoria Comunicação

Projeto Gráfico: Beto Martins

Fotografia: Silvana Marques

Vídeos: Elisa Mendes

Assistente de vídeo: Eloi Leones

 

TÉCNICA

Operador de Luz: Maurício Fuziyama

Operador de Som: André Breda

Microfonista: Rodrigo Oliveira

Diretor de palco: Edilson Risoleta

Camareira: Marceli Araújo

 

Cenotécnico: André Salles

Pintura de Arte: Naira Santana

Aderecista: Gabriel Barros

Costureiras: Fátima Félix e Deyside Rios

Coordenador de RF: André Breda e Rodrigo Oliveira

 

EQUIPE SARAU

Direção Geral: Andréa Alves

Direção de Produção: Leila Maria Moreno e Vivi Borges

Produção Executiva: Mariana Sobreira , Rafael Lydio e Felipe Valle

Produção de Planejamento: Bruno Barros e Ana Caroline Araújo

Produção de comunicação: Marcelo Alves e Daniel Barboza

Prestação de contas: Débora Giangiarulo

Coordenação Administrativo-financeira: Luciana Verde

Apoio de Produção e Office Boy: Leandro Barbalho

Estagiário de produção: César Augusto.

 

Citações: Conceição Evaristo e Maya Angelou

 

AGRADECIMENTO ESPECIAL

Elza Soares, pela confiança; aos produtores Juliano Almeida e  Pedro Loureiro, pelo convite e a Rafael Gomes, fonte de inspiração.

 

AGRADECIMENTOS

Arquivo Nacional, Junior Perim, Celso Alvim, Maurício Tizumba, Benoni Hubmaier, Guilherme Kastrup, José Miguel Wisnik, 220 Decibéis – Soluções em Áudio.

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