Vinícius de Oliveira estreia filme e revê sua trajetória artística

Um Dia Qualquer”, definitivamente, não é um filme qualquer. Ele mostra de forma nua e crua a realidade das comunidades do Rio de Janeiro. O diretor Pedro Von Kruger resolveu mostrar nas telonas uma paisagem bem diferente da qual os turistas se acostumaram a ver. E o resultado é impactante.

O elenco conta com um time talentoso. Adriano Garib, Augusto Madeira, Juan Paiva e Tainá Medina são apenas alguns dos belos nomes que o público poderá ver brilhando no filme. Assim como o querido Vinícius de Oliveira, que os brasileiros aprenderam a amar desde 1998, quando ele estrelou, ao lado de Fernanda Montenegro, “Central do Brasil”, um dos filmes mais premiados da história do cinema.

Vinícius com elenco e produção do filme “Um Dia Qualquer”, na estreia do Rio.

Na época Vinícius tinha apenas doze anos, e não tinha muita noção do que estava fazendo. Mas hoje, aos 37, e pais de dois filhos, ele não só sabe muito bem o que faz, como é apaixonado pela profissão que escolheu.

Semana passada, na noite de lançamento de “Um Dia Qualquer”, no Rio de Janeiro, nós tivemos oportunidade de trocar dois dedos de prosa com Vinícius. E ele falou de tudo. Da sua paixão pelo cinema ao antigo sonho de se tornar jogador de futebol, ele lembrou do filme que foi o grande divisor de águas na sua vida, e também explicou porque não faz teatro.

Com vocês, Vinícius de Oliveira!

*Vinícius, gostaria que você falasse um pouco do filme (Um Dia Qualquer) para nós.

O filme se passa no subúrbio carioca, e a gente aborda o tema da chegada das milícias nas comunidades, nas favelas aqui do Rio de Janeiro; um poder paralelo que tem tomado conta de uma maneira muito intensa. Esse é o principal assunto do filme. Mas junto a isso, nós abordamos também a questão do machismo, do racismo e toda essa estrutura patriarcal que a gente construiu na nossa sociedade.

*Essa semana você fez uma postagem no Instagram falando sobre a importância do cinema na sua vida. Pode-se dizer que a sétima arte tomou conta de você por completo? Porque não foi nada pensado, você entrou na carreira por acaso.

A partir do momento em que você entra numa história, e aí eu tô falando do “Central do Brasil” , onde eu comecei minha carreira, e o filme tendo uma dimensão enorme tanto na questão cinematográfica quanto na questão de público, indo pra festivais e etc. Então tudo o que aconteceu com ele fez com que a mosca do cinema me picasse, não teve jeito.

*Mas na época você era um menino e não tinha noção do que era aquilo. Quando foi que se deu conta do que realmente estava fazendo?

Eu confesso que de fato demoraram alguns anos para que eu começasse a entender. Eu nunca tinha almejado isso, não pensava em ser ator, o sucesso nunca foi algo que eu busquei. Então eu acho que tudo foi acontecendo de forma natural, e depois de um certo tempo a ficha caiu (rsrs).

*E o que você queria ser?

Eu queria era jogar bola, queria ser jogador de futebol. sempre gostei muito.

*Cinema é a sua grande paixão. Mas o fato de você ter feito mais cinema, e pouco teatro e televisão, foi uma opção sua ou aconteceu por acaso?

Foi realmente uma escolha minha. Eu decidi seguir por esse caminho em determinado momento da carreira. O teatro eu não quis voltar, mas por uma questão particular de gosto mesmo. E a tv era um veículo que eu não buscava com intensidade. Nunca fui atrás de fazer novela, etc. O cinema sempre foi mesmo a minha grande paixão. Logicamente, surgiram convites pra novela, eu cheguei a fazer, peguei algumas oportunidades, mas eu realmente foquei mais na questão do cinema. E também quando vieram as séries eu me identifiquei demais com a linguagem, e tenho feito algumas.

*Mas você sente alguma culpa por não fazer teatro, por conta das cobranças que existem?

Eu não sinto culpa nenhuma. Foi uma coisa muito bem pensada, muito bem colocada na minha carreira, e isso pra mim está bem definido. Eu tenho convicção de que eu não sou o ator pro teatro, e eu me refiro a todos os quesitos, desde a preparação, os ensaios, do tempo que fica em cartaz. Eu não me vejo ali. E eu tenho uma coisa muito honesta comigo, porque quando eu não gosto isso se reflete em todo o meu corpo e eu não consigo avançar.

*E quando você vê os colegas no palco, não bate aquela vontade?

Eu adoro! Acho tudo lindo! Mas, honestamente, eu não me vejo ali. E aquilo que estou assistindo é o momento final dos colegas ali no palco; mas o que eles passaram durante ensaio, e ficam na rotina de todo fim de semana m cartaz… enfim, não é minha praia.

*Tem algum novo projeto que você possa contar pra gente?

Eu estou com um projeto de séries, que em breve devo começar a gravar, e agora teremos também a terceira temporada de “Unidade Básica” ( série da Universal TV).

*Obrigado pelo carinho, Vinícius.

Obrigado a vocês.

Reportagem e imagens : Léo Uliana

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