‘Irina’ reestreia no Rio, agora no Glauce Rocha

Irina, solo apresentado por Raquel Iantas, depois de uma linda temporada em outubro do ano passado, no Sesc Copacabana, volta aos palcos e abre a programação teatral carioca 2018, a partir do dia 05 de janeiro, no Teatro Glauce Rocha, no Centro da cidade. Além das cinco semanas de temporada no Glauce Rocha, “Irina” fará apresentações gratuitas na ‘Colônia Juliano Moreira’, no dia 10 de janeiro, e pretende agendar ainda, ao longo do primeiro semestre, apresentações no ‘Instituto Benjamim Constant’, no ‘Instituto Philippe Pinel’, na sede da ‘Companhia Nós do Morro’, no ‘Centro de Artes da Maré’ e na ‘Associação dos Moradores da Rocinha’.

 Irina nasceu de um texto escrito pela própria atriz, a partir de memórias de sua infância, adolescência e juventude no Paraná das décadas de 60 a 80 do século passado. A ideia do texto foi expressar os afetos e o estado de espírito da infância e não simplesmente fazer um relato de memórias pessoais.  Nove histórias da menina solitária e imaginativa de uma família operária, a convivência com a grave doença da mãe, um mundo para poucos sonhos, retratado em histórias que misturam realidade e ficção. A paixão pela arte, os afetos, inseguranças, medos as imagens criadas para construir ambientes. Irina é o retrato de uma vida que fez, de sua vocação, a mudança e a procura de sua própria história. 

 Em abril do ano passado, Raquel fechou as nove narrativas que compõem o espetáculo, nove episódios independentes que misturam realidade e ficção, onde buscou expressar mais os afetos e o estado de espírito da infância e adolescência do que o relato de memórias pessoais. E Irina nasceu. “Irina, Irene, tem origem no nome grego eiréne, que quer dizer paz, “a que traz a paz”, ou “pacificadora”. Em tempos conturbados como o que vivemos, me agrada muito a intuição ter me levado a esse nome”, explica a autora e atriz.

 Texto finalizado, três nomes surgiram naturalmente, por razões artísticas e afetivas, para ajudar a conceber o espetáculo,Aderbal Freire Filho, Eleonora Fabião e Marcio Abreu. O primeiro foi Aderbal, que propôs desenhos de cenas, nas dimensões épica e dramática, em que trabalhou a relação teatro e vida e fez conexões com outras obras da dramaturgia. “Tem uma Raquel que escreve, outra que dirige e tem a mais visível de todas, a atriz. Antes delas, tem uma que recorda e que transforma, a Raquel que modela a matéria de que é feita a vida, isto é, a memória”, afirma Freire Filho. 

 Marcio veio em seguida, trouxe provocações, apontou a simbiose escritora/atriz, fez ver dois movimentos em Irina: a menina que cresce, toma coragem de pegar um avião e partir; e um segundo movimento, da atriz que cresce e toma coragem de um outro voo, em direção à sua própria história, tornada ficção e depois teatro. Segundo Abreu, vemos a narrativa de um corpo atravessado pelas imagens da casa da infância, da mãe fundamental e determinante, do pai, do farelo de pão, dos vizinhos, da cidade, dos amigos, da arte, da vida que vibra além.

 Já Eleonora propôs quatro experiências distintas e poderosas, a partir dos quatro elementos, terra, ar, água e fogo. A ideia era “experienciar” a narrativa para dar corpo/carne a Irina. A partir disso, conclui: é vital compartilharmos a narrativa da experiência e a experiência da narrativa e, assim, seguirmos renovando nossos modos de ação, de relação, de teatro e de vida. E era uma vez uma vida que abriu caminho por meio do teatro.

 E ainda contou com a ajuda de Bruno Lara Resende, presente desde o processo de escrita, que acompanhou de longe as residências e fez críticas pontuais e certeiras, que resume: a marca de Irina é a autenticidade. Narrativas com qualidade literária, sem sentimentalismo nem auto indulgência. É o retrato de uma vida livre dos clichês.

 Depois dessa rica avalanche de propostas, experiências e percepções, coube a Mariah Valeiras e a própria Raquel, antropofagicamente, dar a forma final.

 E, completando a ficha técnica, Rodrigo Portella (diretor de ‘Tom Na Fazenda’, com 5 indicações ao Prêmio Shell e 7 indicações ao Prêmio Cesgranrio, incluindo Melhor Direção) assina a iluminação, Marcia Rubin a direção de movimento,Domingos Alcântara a direção de arte e figurino, Tato Taborda a trilha sonora, e Bruno Bastos e Caetana Lara Resende o projeto gráfico.


SERVIÇO : IRINA

Temporada: de 05 de janeiro a 04 de fevereiro de 2018

Estreia: 05 de janeiro, às 19h

Local: Teatro Glauce Rocha (Av. Rio Branco, 179 – Centro, Rio de Janeiro)

Horário: 6ª a domingo, às 19h

Ingressos: R$15,00 (meia), R$30,00 (inteira)

Informações: (21) 2220-0259

Duração: 70 minutos

Classificação: 12 anos

Capacidade: plateia inferior – 130 lugares | plateia superior – 72 lugares

Bilheteria: de 4ª a domingo, das 14h às 19h

Gênero: memória romanceada

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