Os velhos tempos chegam com força total em “Estúpido Cupido”

FOTO GRUPO - PRISCILA PRADE

Com texto de Flávio Marinho, direção de Gilberto Gawronski e Françoise Forton como protagonista, a comédia musical “Estúpido Cupido” estreia no dia 14 de agosto, no Imperator

“A novela Estúpido Cupido marcou minha vida. Tenho um carinho muito grande pela personagem. A Tetê da peça não é a mesma da teledramaturgia, tem o mesmo apelido, mas não é a mesma história. Em todas as festas que vou, o DJ toca Estúpido Cupido e alguém sempre fala da Maria Tereza”, conta Françoise Forton. No elenco, 11 atores, 5 escolhidos em testes, interpretam as personagens na década de 60, em flashback, e 6, a fase atual, 2015. “Tenho como referência os filmes que assistia na Sessão da Tarde, o clima histórico antes da Ditadura Militar e o início dos anos 60”, detalha Flávio. “A peça brinca com o universo dos anos 60 e brinca também com a relação do tempo, o ontem e o hoje. Uma peça que se passa na atualidade, resgatando a ingenuidade, num descompromisso que tínhamos. O compromisso maior dos anos 60 era de se apaixonar, aí entra a figura e ideia do Cupido”, detalha Gilberto.

Tetê (Françoise Forton), ex-miss, hoje atriz famosa e apresentadora do programa “Sossega” é convencida por sua melhor amiga desde os tempos de escola, Ana Maria (Clarisse Derzié Luz), através do Facebook, a ir num reencontro da turma de colégio, uma festa com músicas e figurinos dos anos 60 e 70. No convite está bem claro: trilha sonora, drinques, traje, tudo vai levar as personagens de volta à era da inocência. “Como estamos em 2015, apesar de todo envolvimento emocional, surge o inevitável olhar crítico, sempre com muito humor”, conta Marinho. No evento, Tetê reencontra não só a rival Wanda (Sheila Matos), como também o ex-marido Frankie (Aloísio de Abreu) e uma antiga paixão, Teddy (Carlos Bonow) – um namorico do colegial. Wanda, durante a comemoração, mostra que os anos não conseguiram domá-la, e chega com o mesmo objetivo de Tetê: laçar Tadeu – ou Teddy, para os íntimos. Só que elas não esperavam que Teddy trouxesse na lambreta sua nova namorada, uma jovem de 21 anos, estilo 2015. Danielli (Carla Diaz) – e ai de quem a chame de Daniela – está completamente por fora da história e do clima da festa. É aí que o conflito entre o passado e presente se torna mais denso. “A encenação esta baseada no espelhamento, que propõe um jogo teatral, onde saímos do realismo e o espetáculo ganha um tom mais poético”, explica Gilberto Gawronski, que, pela primeira vez, em 35 anos de carreira, dirige um musical.

“Estúpido Cupido” é pontuado por 20 músicas integradas a ação dramática. Hits que atravessam décadas de sucesso, dos anos 60 e 70 até os dias de hoje. As músicas são tocadas por uma banda ao vivo, composta por guitarra, bateria e baixo, que dá o clima do espetáculo. O palco e a plateia são remetidos à época através de canções como “Banho de Lua”, “Lacinhos cor de rosa”, “Tetê”, “Juntinhos”, “Broto Legal”, “Frankie”, “Teddy”, “I’ve got under my skin”, “Biquini de bolinha amarelinha”, “Filme Triste”, “Alguém na multidão”, “Erva venenosa”, “O bom”, além da música-título do espetáculo, “Estúpido Cupido”, e mais duas versões: “Nosso amor”, a partir da música “I’ll follow the sun”, dos Beatles e “Estou aqui”, a partir da música “I’m still here”, do musical “Follies”. “Quem nunca cantou, nem que seja o refrão destes que foram os maiores hits dos anos 70, 80 e 90 e embalam festas até hoje? Quem não se lembra do universo cultural e romântico que a novela abordou e que tornou popular e eterna a canção Estúpido Cupido, na versão de Celly Campelo?”, relembra Eduardo Barata, produtor do espetáculo.

“São músicas emblemáticas. Os arranjos são baseados nos originais e o público se identificará rapidamente com eles. O diferencial é que em “Tetê” e “Juntinhos” fizemos uma transformação em bolero. Os arranjos vocais, com 11 atores cantando, e a formação instrumental dão o tom de “Estúpido Cupido”, comenta a diretora musical Liliane Secco. No espetáculo há canções de Frank Sinatra, Trio Esperança, Golden Boys, The Fevers, Eduardo Araújo, Beatles, Stephen Sondheim, entre outros. “São 16 coreografias. Todas referendadas nos anos 60. “Demos uma misturada nas danças e ritmos, como, por exemplo, bossa nova, twist e passos de samba”, revela a coreógrafa Mabel Tude.

No flashback das personagens jovens, o figurino tem espaço de destaque em todo espetáculo. “Mostrando a lembrança, a juventude das personagens e definindo a identidade de um tempo que passou, utilizei o mesmo figurino para a época atual, com o detalhe das cores mais desbotadas, mais esmaecidas, como antigos mesmo. A referência para o figurino é a personalidade de cada personagem, nada mais do que isso”, explica a figurinista e cenógrafa Clívia Cohen.

“Da novela só o título, e, antes de ser título, temos como referência a música Estúpido Cupido. É ela que nos direciona. A música é que nos influencia”, conclui o autor.

foto : Priscila Prade

Serviço

Imperator – Centro Cultural João Nogueira/Rua Dias da Cruz, 170, Meier

Estreia: 14 de agosto/Temporada até 20 de setembro

Dias e horários: Sextas e sábados às 21h e domingos às 19:30h

Ingressos:

Sextas: balcão / plateia – R$ 40,00 (inteira) / R$ 20,00 (meia)

Sábados e domingos: balcão – R$ 40,00 (inteira) / R$ 20,00 (meia)

plateia – R$ 50,00 (inteira) / R$ 25,00 (meia)

Duração: 90 minutos/Classificação indicativa: 12 anos

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