CACHORRO ENTERRADO VIVO

“Cachorro Enterrado Vivo”, este era o título da manchete de um jornal em Santos, o qual serviu de inspiração para a dramaturga Daniela Pereira de Carvalho desenvolver o texto teatral. A montagem chega ao Rio nos dias 4 e 5 de julho para a segunda edição da Mostra Minas, no Oi Futuro Flamengo.No monólogo, dirigido por Marcelo do Vale, o ator Leonardo Fernandes interpreta três personagens distintos que se envolvem numa mesma situação, onde um vigia de um terreno recebe a proposta de um homem para cavar um buraco e enterrar seu cachorro. Após negociarem um preço, para surpresa do vigia, o dono retorna com o cão vivo. “Ele quer justificar o ato horrível por conta do desaparecimento de sua mulher, por quem o animal sofre desde que o incidente aconteceu”, explica a autora.

A peça, que estreou no ano passado em Belo Horizonte, retrata o instinto do homem e a subjetividade dos animais. “Busquei falar sobre essa ferocidade que existe nos animais e no ser humano, e como isso se transforma em ações”, reflete Daniela. Para Leonardo, “a situação do cachorro enterrado” o inspirou a buscar as emoções do animal e mimetizar seu desespero. Tendo o olfato como um dos principais sentidos dos cães, o ator procurou criar um ritmo para o personagem. “Suas falas são atravessadas pela respiração.É uma maneira de trazer para o meu corpo o drama do animal e seu sofrimento”, conta o ator.

A estrutura do texto propõe a sobreposição e o embate entre três diferentes posicionamentos éticos diante de uma mesma situação. Às vésperas da estreia em Belo Horizonte, o espetáculo quase foi cancelado. Ativistas dos direitos dos animais procuraram a direção do Palácio das Artes porque o título da peça parecia sugerir que um animal de verdade iria ser enterrado em cena. “Convidamos o grupo para assistir a montagem e assim ficou claro que não haveria nenhum cachorro de verdade, muito menos sendo enterrado”, conta Fernandes.

“O teatro, sendo um agente de transformação social, é capaz de atuar como um difusor de ideias e de cultura”, afirma Tatyana Rubim, idealizadora do projeto Teatro em Movimento,um dos mais importantes programas continuados de artes cênicas de Minas Gerais- que contabiliza 178 montagens, 14 cidades, 596 apresentações, 600 artistas, 28 teatros e público superior a 390 mil pessoas. “Um Interlúdio: A Morte e a Donzela”, de Ariel Dorfman, dirigido por Wilson Oliveira, com Cristiane Antuña, Gustavo Werneck e Nivaldo Pedrosa encerra a Mostra Minas, promovida pelo Teatro em Movimento, nos dias 11 e 12 de julho às 20h no Oi Futuro Flamengo.

Serviço
Teatro Oi Futuro- Flamengo
Rua Dois de Dezembro, 63
Telefone: (21) 3131-3060
Dias: 4 e 5 de julho
Horários: 20h
Classificação: 12 anos
Duração: 50 min
Ingressos: R$30,00 (inteira)/ R$15,00 (meia) 

 

 

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